Em Paranã, Alunos do Colégio Militar Protestam Contra Afastamento do Diretor e Defendem Sua Gestão
Alunos do Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, sul do Tocantins, divulgaram um vídeo nesta sexta-feira (22) em protesto contra as acusações feitas ao diretor da instituição e seu consequente afastamento. A decisão foi tomada pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), após a circulação de imagens nas redes sociais que mostravam estudantes participando de uma marcha guiada por um policial militar e entoando frases consideradas violentas.
No vídeo, os alunos demonstram apoio ao diretor e afirmam que ele sempre zelou pelo respeito, disciplina e qualidade da educação oferecida na escola. Em frente à Escola Militar e vestindo uniformes, os estudantes ressaltam que o ocorrido foi mal interpretado e que a atividade não faz parte da rotina escolar.
“Temos o convívio e sabemos como é realmente o funcionamento da nossa Unidade, queremos que ele continue, pois ele é o mais certo, o mais qualificado para exercer essa função”, destacou uma aluna em fala registrada no vídeo.
A manifestação dos estudantes ocorre após a repercussão negativa do episódio, no qual os alunos repetiam versos como "Se eu não te matar, eu vou te prender", durante a atividade denominada "corridão". O evento foi conduzido por membros da Força Tática da Polícia Militar e tinha como proposta promover uma reflexão sobre a violência, mas acabou gerando críticas pela forma como foi conduzido.
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) já havia anunciado a abertura de uma comissão para apurar os fatos e garantiu que o episódio não reflete a realidade das escolas cívico-militares. Apesar disso, o afastamento do diretor e dos policiais envolvidos gerou debates sobre a abordagem pedagógica e o impacto do evento na comunidade escolar.
Os estudantes afirmaram que o afastamento do diretor prejudica o funcionamento da escola e pedem uma reavaliação da medida. "O nosso diretor é um exemplo para todos nós. Ele nunca incentivou a violência, muito pelo contrário, sempre nos ensinou valores como respeito e cidadania", afirmou uma aluna que preferiu não se identificar.
O vídeo ganhou repercussão nas redes sociais, com opiniões divididas entre críticas à ação militar e apoio à postura dos alunos. Enquanto a apuração oficial segue, o caso continua mobilizando a opinião pública sobre os limites entre disciplina, educação cívico-militar e práticas pedagógicas nas escolas.
Link do vídeo postado via Instagram: https://www.instagram.com/reel/DCq-luqxPqu/?igsh=MTY5MTFna2g5dGZrcA==
Por: Neyla Francisca
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